Maria Efigênia Alves Moreira, conhecida por Efigênia Alves, nasceu em 27 de janeiro de 1979, no distrito de Lajes do Meio, em Apodi-Rio Grande do Norte, mas veio para o Ceará com um ano de idade e se considera cearense. Filha de Maria do Socorro Alves Moreira e Josenias Alves de Moura, a mãe de Apodi e o pai do município de Aracoiaba-CE. Efigênia Alves é a sétima filha de oito irmãos, três homens e cinco mulheres, onde ela é a mais nova.
Cursou as séries iniciais em Boqueirão do Cunha e Castanhão, distritos de Alto-Santo. Concluiu o ensino fundamental na antiga cidade Jaguaribara, a qual foi inundada pelas águas da Barragem Castanhão. Participou de movimentos de resistência contra a construção da Barragem e do embrião da casa da Memória de Jaguaribara. Iniciou o ensino médio nesta cidade e concluiu em Jaguaribe, onde chegou no ano de 1999. Estudou no Colégio Carmela Dutra, dirigidos por Dr. Paulo Vagner e dona Lúcia Guedes. Fez o segundo e terceiro ano e posteriormente foi coordenadora pedagógica desta escola. Também trabalhou como radialista na FM Cultura. Nessa mesma rádio foi diretora de um Programa apresentado por crianças e adolescentes, intitulado: “Também sou cidadão”. O referido programa durou dois anos e fez muito sucesso na época em que era veiculado, às sextas feiras.
Quando trabalhava como coordenadora pedagógica no Colégio Carmela Dutra, iniciou uma graduação em Pedagogia pela Universidade Estadual do Ceará (FAFIDAM) em Limoeiro do Norte, distante 127 de Jaguaribe. Passou quatro ano fazendo diariamente esse trajeto, saindo de Jaguaribe ao final do expediente da tarde e chegando tarde da noite.
Posteriormente fez um curso de Português pela Universidade Vale do Acaraú (UVA) em Jaguaribe. Como sempre gostou de estudar, concomitantemente fez uma especialização em Alfabetização, pela Universidade Castelo Branco (UCB). Após concluir Português, fez a segunda especialização, esta em Gestão Escolar, também pela Universidade Castelo Branco (UCB). E concomitante a isso, fez um terceiro vestibular, entrando para cursar Letras-Espanhol, pela Universidade Federal do Ceará (UFC), através da Universidade Aberta do Brasil (UAB). Enquanto fazia a terceira graduação, fez muitos cursos de aperfeiçoamento em diferentes áreas do conhecimento. Posteriormente fez um mestrado em Educação, através de um instituto do Rio Grande do Norte. E fez também doutorado em Literatura pela UFC (2023).
Quando ainda trabalhava no Carmela Dutra, fez concurso para professora do município e foi aprovada. Antes, trabalhava como servidora contratada. Quando o Colégio Carmela Dutra não tinha mais convênio com a prefeitura, Efigênia Alves foi professora na Escola Alice Diógenes Pinheiro e trabalhou na Secretaria Municipal de Educação de Jaguaribe por oito anos. Nesse período, foi superintendente da Escola Luiza Távora, redigia textos oficiais, coordenava o Projeto Eu Sou Cidadão – Amigos da Leitura e era responsável pela formação dos professores no Eixo de Literatura, pelo Programa Aprendizagem na Idade Certa (PAIC), o qual coordenava. Também participava ativamente de campanhas em favor da criança e do adolescente. Enquanto Coordenadora do Projeto Eu Sou Cidadão e Formadora do Eixo de Literatura, teve oportunidade de participar de muitos encontros formativos, ampliando seus conhecimentos na área da linguagem.
Desde criança Efigênia Alves demonstrava amor pela literatura. Mesmo quando o mundo não se mostrava através das letras, ela já estava imersa na literatura pela oralidade, através dos contos que ouvia, especialmente do pai e da irmã mais velha. A Ela via na literatura a possibilidade de conhecer muitos lugares, épocas, contextos geográficos e culturais de muitos povos. Morou toda a sua infância na zona rural, entre gentes, plantas e bichos, período que considera de muita alegria.
Aos seis anos, o irmão mais velho pagou uma professora particular e Efigênia aprendeu a ler e escrever. Aos oito anos escreveu sua primeira história, em que uma pata botava ovo gigante embaixo de uma árvore que produzia bombons. Ao apresentar o texto para uma irmã, a mesma riu tanto que passou mal. Por conta desse episódio, Efigênia Alves foi repreendida e ficou muito tempo sem escrever. Na pré-adolescência começou a produzir poemas, o que ainda faz, por questão de satisfação pessoal, mas nesse gênero não tem nenhuma publicação. Depois passou a escrever contos adultos e literatura infanto-juvenil.
No ano de 2004 casou-se com Ricardo Freitas de Lima, com quem construiu um projeto de vida partilhada e tiveram os filhos: Jônatas Alves de Lima e Sara Beatriz Alves de Lima. Após o primeiro filho, retomou os contos infantis e juvenis. Sua primeira publicação veio em 2010, texto que ganhou o Concurso PAIC Prosa e Poesia e foi reeditado pela editora Illus. Posteriormente vieram outras publicações.
Estrelas Cirandeiras (2009) – Ganhador do Prêmio Literário PAIC Prosa e Poesia. Reeditado em 2018 pela Editora Illus.
Antônio da Cachorrinha e o desencantamento das princesas (2010) – Editora Literre. Reeditado em 2018 pela Editora Illus.
A Menina que descobriu o mistério das palavras (2010) – Ganhador do Prêmio Literário PAIC Prosa e Poesia.
Aqui cá, ali lá, cada palavra no seu lugar (2011) – Editora Littere. Está sendo reeditado pela Editora Soares e Lucena. Reeditado pela Editora SL em 2020.
O gato e o rabo da raposa (2011) – Ganhador do Prêmio Literário PAIC Prosa e Poesia. Reeditado em 2018 pela Editora Illus.
Minha lista de vontades (2012) – Editora Letrarte. Reeditado pela Editora Terra da Luz (2020).
Meu caderno de Bordo (2012) – Editora Demócrito Rocha.
O tempo que o tempo tem (2018) – Ganhador do Prêmio Literário PAIC Prosa e Poesia.
Só um dedo de prosa (20018) – Ganhador do Prêmio Literário PAIC Prosa e Poesia.
Medo (2020) Editora SL Editora.
Que coisa estranha (2020) – Editora SL.
Compra-se (2020) – Editora SL
No ano de 2012 passou no concurso para docente do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) indo trabalhar no Campus Fortaleza. Posteriormente conseguiu uma remoção para o Campus do IFCE em Jaguaribe, onde já havia fixado residência. Desenvolve projetos de extensão na área da literatura e continua com formações nessa referida área em diferentes municípios e Estados, trabalho que muito se identifica. Também organiza anualmente o Sarau Noite Poesia – Amores e Diversos, desde 2005, evento que reúne poetas, declamadores e amantes da poesia.
Efigênia Alves é também narradora. Conta histórias para diferentes públicos e ministra formações nessa área. Trabalha também com mediação de leitura e dinamização de acervos literários. Foi formadora do Eixo de Literatura e Formação do Leitor pela Secretaria de Educação Básica (SEDUC) para todo o Estado do Ceará e nos anos de 2017, 2018 e 2019 foi consultora do Eixo de Literatura e Formação do Leitor, do Programa Aprendizagem na Idade Certa (MAIS PAIC).
Participa de bancas de avaliação de textos literários, dá palestras nas áreas de literatura e linguagens e escreve crônicas para a Revista Arautos do Vale. Recebeu três troféus de homenagem, um pela Secretaria de Educação e dois de escolas: Alice Diógenes Pinheiro e Professor Gutemberg Barbosa Silva. A Escola Luiza Távora também abriu uma sala de leitura que levou o seu nome.
Em 2017 ingressou num mestrado em Literatura Comparada, pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Em 2019 ingressou no doutorado pela mesma universidade, também em Literatura Comparada. Nessa área, tem publicações acadêmicas, mas continua escrevendo ficção.
Trecho do livro “Só um dedo de prosa” (2019, p. 19)
“As cartas davam tempo do coração se preparar, fosse para ser feliz ou para ser tristeza grande, dessas tão compridas que alcançam várias noites […] Mas agora não, tudo vem rápido demais e o coração parecer que vai se acostumando com as dores, a ponto de não querer doer. Nem a felicidade chega colorida, como as trazidas pelas cartas. Ela se apresenta tão de repente, que não dá tempo de o coração entender que é a felicidade e, quando percebe, ela já tem ido embora. E felicidade é coisa orgulhosa, de ir embora e não querer voltar com brevidade. Parece que quando vem, na sua modéstia de andanças e silêncio, se não receber a atenção de chegada, volta na mesma prudência. E só retorna um dia, se for buscada com mil cuidados e singelezas.”